Aos estupradores de uma menina de 16 anos, os rigores da lei
Na sessão ordinária desta terça-feira (31), a deputada Celina Leão, presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), ocupou a tribuna para registrar repúdio e indignação contra um crime, ocorrido na semana passada, em que uma menina de 16 anos foi estuprada por 33 homens, no Rio de Janeiro. “Não podemos aceitar de forma alguma uma atrocidade dessas contra uma mulher. É inadmissível que isso aconteça e ainda duvidem se houve crime ou não! Independente das roupas usadas e da postura, quando uma mulher diz 'não', tem de ter o seu direito respeitado”, disse Celina.
Celina explicou que tem acompanhado o noticiário e ouviu diversas acusações contra a menina, dizendo que ela vivia no tráfico de drogas e na prostituição. “Ela poderia ter todo envolvimento com essas coisas, mas não lhes dava o direito de fazer o que fizeram com a jovem”. E completou: “o que me deixa revoltada é que entre 33 homens não houve um que tomasse a atitude de um homem de verdade. Que falasse assim: parem, o que vocês estão fazendo? Que, se quer, pensasse talvez na mãe, ou na filha, se algum tivesse, ou até de uma filha que poderia vir a ter”, calculou a parlamentar.
Para a presidente da Casa, esse é um debate que deve ser feito: “quero chamar a atenção de todas as mulheres e perguntar o que estão fazendo para criar seus filhos para serem homens verdadeiramente. Quando criamos nossos filhos de forma diferenciada, contribuímos para esse tipo de cultura machista, que acha que a mulher que se veste de uma forma mais ousada simbolize alguma exposição. Isto é uma cultura machista e nosso País tem de vencer isso. Mesmo que uma mulher esteja com roupas reduzidas, ninguém tem o direito de tocá-las sem seu consentimento”. 
Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, estimam, com base em dados de pesquisa de 2013, que 0,26% da população tenha sofrido algum tipo de violência sexual, percentual equivalente a 527 mil pessoas – 10% chegam ao conhecimento da polícia.
Diante desses fatos, Celina Leão falou sobre o Brasil que temos e o Brasil que queremos. “Uma jovem de 16 anos, violentada por 33 homens é o Brasil que temos, mas não é o que queremos. Ainda mais porque estatísticas revelam que a cada onze minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Aquelas cenas mostram muito mais do que um estupro: mostram um Brasil machista, despreparado, onde não criamos os nossos filhos, não criamos pessoas e onde se pode tudo. É esse debate que tem de ser levantado neste parlamento”, conclamou Celina.
Queremos justiça para esses monstros. “Um homem de verdade entende a diferença da força física de um homem e uma mulher, acredita na sensibilidade da mulher e a compreende, a valoriza. Hoje, convoco que a nossa bancada feminina, aqui na Câmara, tenha um posicionamento que estou compartilhando nas redes sociais e que aprovo: mexeu com uma, mexeu com todas”, finalizou a presidente da CLDF.
Ascom da deputada Celina Leão