O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu a entrevista da presidente afastada, Dilma Rousseff, que o acusou de atuar em prol doimpeachment e de comando o governo interino de Michel Temer.
De acordo com ele, a fala de Dilma, em entrevista à Folha de São Paulo, demonstra sua incapacidade de governar, “além da arrogância”. 
O peemedebista cita o descontrole das contas públicas, aumento da inflação e depesas com juros da dívida pública como elementos para chamar a gestão da petista de “desastre”. Segundo o deputado, o custo da reeleição de Dilma está em R$ 300 bilhões de déficit público e R$ 700 bilhões de juros da dívida. 
Cunha também ferz uma referência a conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney disse que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva considera a escolha de Dilma como sua sucessora como seu "mais grave erro". O diálogo foi divulgado neste sábado.
Em entrevista à Folha, a presidente afastada afirmou que “as razões do impeachment estão ficando cada vez mais claras” e que as condições para seu afastamento foram criadas por Cunha quando estava na presidência da Câmara. Ela afirmou que o deputado agiu em retaliação ao avanço da operação Lava Jato, em que é alvo.
Ela criticou também seu papel no governo Temer. “Eduardo Cunha é a pessoa central do governo Temer. Isso ficou claríssimo agora, com a indicação do André Moura (líder do governo na Câmara). Cunha não só manda: ele é o governo Temer. E não há governo possível nos termos do Eduardo Cunha”, disse.
Na gestão de Temer, Cunha foi responsável por emplacar Alexandre de Moraes como Ministro da Justiça, Gustavo do Vale Rocha como subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil e Carlos Henrique Sobral como chefe de gabinete do ministro da Secretaria de Governo, além de Moura.
Moraes e Rocha advogaram para o peemedebista. Sobral trabalhava com assessor especial de Cunha na presidência da Câmara.