No topo do ranking estão as agressões físicas, abuso sexual, negligência e abandono
As mulheres estão no topo da lista de casos de violência notificados nas unidades da Secretaria de Saúde. Segundo dados oficiais, divulgados esta semana, dos 1.694 casos atendidos em 2015, 1.230 correspondem a vítimas do gênero feminino. O número representa 72,6% do total, ou seja, praticamente o triplo das ocorrências com homens, que somam 464 casos.
 Entres os abusos, o que mais predominou foi a violência física contra as mulheres. Das 745 ocorrências, 523 foram contra o gênero feminino e 222 contra homens. Em segundo lugar, estão as 415 ocorrências de abuso sexual, deste total 355 foram vítimas do sexo feminino, número bem inferior ao sexo oposto (60). Em terceiro ficaram os 197 casos de negligência/abandono, destes 97 foram contra mulheres e 95 contra homens.
 A violência psicológica e moral ficou em quarto lugar, com 105 ocorrências contra o gênero feminino e 43 relacionado ao masculino. Também fizeram parte da lista de agressões as lesões autoprovocadas, que ocuparam o quinto lugar, com 53 cometidas por mulheres e 27 por homens, totalizando 80 casos.
 PERFIL – Ainda segundo a pesquisa, entre as 1.230 mulheres agredidas, os abusos se concentraram na faixa etária de 10 a 39 anos. Elas somam 852 ocorrências. Quanto aos homens, embora os índices sejam menores, a situação é semelhante. São 229 casos na faixa etária entre 10 a 39 anos.
 A análise também mostra um recorte sobre a situação da criança e do adolescente. Ambos os sexos menores de um ano e jovens até 19 anos representam uma parcela importante das vítimas. Elas somam 54% (915) dos casos de agressão atendidos, sendo 68,85% (630) de meninas e 31,14% (285) de meninos.
No caso do gênero femininos, as jovens entre 10 e 14 anos lideram o ranking com 244 notificações, seguidas daquelas que possuem entre 15 e 19 (174) e, em terceiro lugar, as que têm entre 1 a 4 anos (92). No sexo masculino, quem ocupa o primeiro lugar na lista possui entre 1 a 4 anos (76), depois, 5 a 9 anos (64) e, por fim, entre 10 a 14 (62).
No quesito raça das crianças e adolescentes até 19 anos, entre os casos em que o item foi respondido na pesquisa, foram mais agredidas as meninas de cor parda (157 ou 24,9%), as brancas (120 ou 19,1%), e as de cor preta (40 ou 6,4%). O perfil dos meninos seguiu a mesma lógica: pardos (84 ou 29,5%), brancos (39 ou 13,7%) e de cor preta (17 ou 6%).
HISTÓRICO - Em 2014, as notificações de agressões também eram majoritariamente contra quem é do sexo feminino. Das 2.423 ocorrências, 1.680 foram praticadas contra as mulheres. Além disso, o principal abuso foi o sexual, com 500 ocorrências contra o sexo feminino e 111 contra o masculino; seguido da violência física, que teve 276 ocorrências relatadas por mulheres e 189 por homens.
  As informações são provenientes do Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violências (Nepav) e Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) do órgão.
 ASSISTÊNCIA – Quem sofre violência pode ser atendido pelo Programa de Pesquisa, Assistência e Vigilância em Violência, que funcionam em todas regiões de saúde nos hospitais e em centros de saúde. No total, são 21 PAVs que fazem o acompanhamento individual, familiar ou coletiva, para vítimas e autores, por equipes multiprofissionais que envolvem médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional.
 Confira aqui o endereço dos PAVs.