“Eu estava no jantar recentemente com algumas amigas quando a conversa desviou para um território desconfortável: Dinheiro. Mais especificamente, o que ganhamos atualmente versus o que deveríamos ganhar”, escreveu Reva Setha ao site FastCompany. A autora explica que este é um tema raramente compartilhado, mesmo entre as próprias mulheres, quanto mais com pessoas do sexo oposto.
Após este encontro e perceber como mulheres não admitem em voz alta que há um problema salarial no universo feminino, Reva resolveu pontuar o porque deve-se fazer o contrário e falar abertamente sobre esta questão.
1. Conhecimento é sempre melhor compartilhado
A disparidade salarial é mais complexa do que a figura de que mulheres ganham 77 centavos para cada um real dos homens. Muitos fatores contribuem para a disparidade que existe – que já mostramos aqui.
Um estudo descobriu que enquanto 61% das mulheres querem maior transparência sobre os salários dos funcionários, apenas 38% dos homens concordaram que isso seja necessário.
Por exemplo, há a “penalidade da maternidade” que as mulheres tem (WTF?). Ou quando os pagamentos diminuem por ter mais mulheres atuando em uma determinada área.
Compartilhar informação é o primeiro passo para lidar com as disparidades salariais em toda a sua complexidade. As mulheres podem tomar para si a construção dessa inteligência interna.
2. Isso normaliza o tema
Um estudo sobre dinheiro realizado pela Fidelity Investments em 2015 encontrou uma esmagadora maioria de mulheres (80% dos entrevistados) se abstendo de discutir suas finanças com a família e amigos íntimos.
Segundo a análise deles, isso acontece porque elas sabem que ganham menos e por isso preferem não falar do tema.
“Se nós estamos buscando acabar com a diferença entre homens e mulheres é preciso primeiro quebrar os tabus em falar sobre finanças, falando sobre as expectativas salariais e oportunidades para as mulheres. Estas são conversas que deveriam acontecer entre amigas”, diz Amanda Alvaro, co-fundadora da agência Pomp & Circumstance.
Alvaro recomenda praticar estas discussões em sua zona de conforto. “Inspire conversas abertas e francas com os amigos sobre finanças.”
Então, quando estiver mais confortável, é hora de expandir progressivamente o círculo para ambientes profissionais. Estes esforços vão se somar e virar algo exponencial.
3. Pode levar as melhores decisões nos negócios
“Há uma linha tênue entre a generosidade e falta de confiança quando se trata de dinheiro. E, muitas vezes, a conversa certa pode nos ajudar a perceber isso”, diz Candice Faktor, CEO da empresa Faktory.
Se você fica hesitante em falar sobre o seu salário como funcionário da uma empresa, você provavelmente vai ser tão lacônico quanto ao cobrar pelos seus serviços.

“Os seus colegas, chefes, funcionários e clientes são as pessoas que podem e vão ser a sua rede de apoio para expor suas ideias”, diz Faktor. “Não hesite em fazer o primeiro movimento. Peça conselhos, compartilhe sua perspectiva e não tenha medo de estar vulnerável.”
4. Vai ajudá-la a levantar dinheiro
Elle AyoubZadeh, fundadora e diretora da linha de calçados de luxo ZVELLE, em sua busca por investidores teve que escutar coisas como “você precisa de um homem para compensar o seu cérebro feminino. Encontre um parceiro masculino e venha me ver em seis meses.”
E vale dizer que ela estava mais que preparada para conduzir qualquer tipo de questão financeira.
Outros investidores podem não ser tão abertamente sexistas como o da história acima, mas há um desequilíbrio claro entre os sexos neste universo de empresários e investidores.
Prova disso é que as taxas de mulheres empresárias continuam a subir, porém, elas recebem apenas 7% de todo o capital de risco dos EUA.
E de acordo com um estudo recente da Harvard Business School, o preconceito inconsciente é um provável culpado.
“Conversar com outras mulheres empresárias ajuda você a perceber que há outras opções”, aponta AyoubZadeh. “Cerque-se com pessoas que podem lhe dar bons conselhos.”

5. Afirma seu verdadeiro valor
“Muitas vezes, as mulheres criam uma espécie de compensação em termos práticos: ‘o que eu preciso’ versus ‘o que eu mereço”, diz Kirstine Stewart, vice-presidente de mídia do Twitter, na América do Norte.
“Quando mulheres me procuram para pedir aumento, usam a justificativa de despesas, quando a abordagem deveria ser: ‘Isso é o que eu contribuo para o negócio, e este é o meu valor”, conta Stewart.
E mais uma vez a autora do artigo bate na tecla: para mudar esse cenário, fale mais sobre o assunto. Fonte: inquietaria.99jobs

#igualdade de gêneros#mulheres#salário