No pedido, a procuradora Mônica de Ré afirma que o advogado de Cavendish, Técio Lins e Silva mantém relação de amizade com o desembargador-relator do caso A Procuradoria Regional da República no Rio pediu nesta terça-feira (5) o afastamento do desembargador Antônio Ivan Athié como relator do processo sobre a operação Saqueador, deflagrada na semana passada e que levou à prisão do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, e do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, entre outros.
No pedido, a procuradora Mônica de Ré afirma que o advogado de Cavendish, Técio Lins e Silva mantém relação de amizade com o desembargador-relator do caso.
A procuradora cita o fato de que o advogado representar Ithié numa ação no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Lins e Silva advogou para permitir o retorno do desembargador aos quadros do TRF (Tribunal Regional Federal) após afastamento sob suspeita de corrupção.
"A relação mantida entre advogado e cliente pressupõe vínculo de confiança e fidelidade", afirma a procuradora na ação.Mônica de Ré cita em sua ação uma declaração de Lins e Silva à Folha de S.Paulo sobre uma decisão de Ithié que favorecia Cavendish. Em março de 2014, o magistrado desbloqueou o patrimônio do dono da Delta.
"É um dos melhores profissionais que a Justiça tem. Nenhuma suspeita pesa contra ele", disse Lins e Silva na ocasião. Procurados, Lins e Silva e Athié não comentaram a ação até as 16h30. Cavendish é acusado de integrar um esquema que, segundo o Ministério Público Federal, envolveu 18 empresas de fachada para lavar ao menos R$ 370 milhões de dinheiro público recebidos pela Delta.