A fraude aconteceu quando um grupo de pessoas se fez passar por atletas com deficiência mental para integrar o time de basquete da Espanha.Uma fraude cometida por atletas da delegação da Espanha durante a disputa dos Jogos Paralímpicos de Sydney, em 2000, fez com que os atletas que possuem deficiência intelectual ficassem de fora das disputas por 12 anos. A farsa é considerada hoje um dos grande escândalos do esporte mundial e continua prejudicando atletas que irão disputar medalhas na Paralimpíada do Rio de Janeiro, mas com participação reduzida.
A fraude aconteceu quando um grupo de pessoas se fez passar por atletas com deficiência mental para integrar o time de basquete da Espanha. A seleção foi campeã, garantindo a medalha de ouro, mas história veio à tona através de um jornalista que integrava o grupo. A equipe teve então que devolver as medalhas e os prêmios recebidos, em 2013.
O episódio prejudicou de tal forma os Jogos que o Comitê Olímpico internacioal decidiu que não haveria mais provas para deficientes mentais. Atletas com esse tipo de deficiência, então, não participaram da Paralimpíada de Atenas, em 2004, de Pequim, em 2008, e tiveram seu retorno liberado nos jogos de Londres, em 2012, segundo o IG.
Neste ano de 2016, ainda na sombra da fraude de 2000, os atletas com deficiência intelectual vão participar de provas na natação, no atletismo e no tênis de mesa. O Brasil terá três atletas com esse tipo de deficiência disputando medalhas: Daniel Tavares, no atletismo, e Beatriz Borges Carneiro e Felipe Caltran Vila Real, ambos na natação.
O coordenador técnico da Abdem, Roberto Di Cunto, explica que, com a situação regularizada, a adesão acontece aos poucos. "Ainda é uma participação bem pequena, só liberaram quatro provas em cada modalidade", disse o dirigente, que espera mais provas no atletismo e na natação nos Jogos de Tóquio 2020.
Para o coordenador, a decisão de banir completando os atletas com deficiência mental foi injusta. “Foi uma decisão que a gente nunca vai concordar e nem entender. A Espanha fez a fraude e o mundo inteiro pagou o pato", lamentou.
Segundo Roberto Di Cunto, a dificuldade acontece na classificação dos deficientes intelectuais no paradesporto, que exige laudos psicológicos que comprovem a deficiência. "São vários testes que precisam ser feitos para saber que ele é deficiente. Além de uma parte descritiva, falando das dificuldades que a pessoa tem no dia a dia, de locomoção, cuidar de dinheiro, trabalho. É um laudo bem complexo, com documentos para comprovar isso”, finalizou.