Elisângela trabalhou como produtora da emissora durante cinco anos e foi
demitida na passada segunda-feira (3) Nas últimas semanas vieram à tona diversos casos de assédio sexual envolvendo profissionais da televisão brasileira. Nessa sexta-feira (7), a jornalista Elisângela Veiga, 27 anos, também revelou um caso de assédio sexual sofrido dentro da Record TV do Rio Grande de Sul. Elisângela trabalhou como produtora da emissora durante cinco anos e foi demitida na passada segunda-feira (3).

A jornalista contou que, em outubro de 2016, ela e outros jornalistas da Record TV do RS fizeram uma greve exigindo melhores condições de trabalho. "Decidimos fazer um dia de greve para chamar a atenção da chefia superior sobre os assédios moral, que todos sofrem, e até mesmo sexual, que eu sofri, naquela emissora. O resultado foi a demissão de apenas um dos chefes, o que me assediava sexualmente, a permanência da outra chefe, que pratica assédio moral com todos, e a demissão de oito funcionários, incluindo eu, que lutaram por melhorias nas condições e no ambiente de trabalho", escreveu Elisângela.
A jornalista acredita que foi demitida por ter participado do movimento e afirmou que irá processar a emissora, por ter sofrido assédio sexual e moral de seus superiores.

Assédio sexual
Elisângela revelou em entrevista ao Na Telinha detalhes do assédio sexual praticado pelo seu chefe dentro do local de trabalho.
"Ele disse: 'Nossa, você sabe que você é linda, tu é gostosa, tu é sexy, quem aqui dentro não quer te comer? A TV inteira quer te comer, eu quero te comer. Tu sabe, não adianta ficar constrangida que você tá na lista das três mais gostosas dessa televisão'. Eu nunca imaginei ouvir isso de alguém, ainda mais de um chefe".

Segundo a jornalista, o chefe sempre falava muita 'besteira' que era encarada como 'brincadeira' por toda a equipe. Além das palavras e insinuações, a jornalista revelou que o chefe chegou a 'cafungar' em seu pescoço.
Em uma reunião de pauta ele disse: "Nossa, que cheiro é esse? Que perfume delicioso" e simplesmente cafungou no meu pescoço, na frente dos funcionários. Todo mundo achando normal: "É jeito dele, é brincadeirinha". Eram situações que ocorriam diariamente. Um dia ele veio em minha direção no corredor e me puxou pelo pescoço para me dar um beijo. Se eu não virasse, ele me beijava na boca. Era neste nível.
Elisângela não citou o nome do profissional que ela acusa de ter praticado o assédio sexual, sob a justificativa de não atrapalhar o processo que moverá na Justiça.
Outro lado
A Comunicação da RecordTV disse em nota: "Cabe esclarecer que todas as reivindicações levadas à diretoria por um grupo de funcionários no ano passado foram atendidas".
Rodrigo Falcão, diretor de jornalismo da RecordTV no Rio Grande do Sul, afirmou: "Apenas saliento que a saída da funcionária foi devido a uma reestruturação no setor e a vaga será preenchida por outro profissional".