No primeiro semestre de 2017, Funap esvaziou a fila de espera na Penitenciária Feminina e inseriu no mercado de trabalho todas as
sentenciadas do semiaberto que aguardavam por uma vaga. Neste ano, 90 mulheres presas ingressaram em contratos vinculados à Fundação.

A oportunidade de reinserção no mercado de trabalho após o encarceramento, anseio de muitas pessoas presas, tornou-se realidade para as mulheres que cumprem o regime semiaberto na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF). No primeiro semestre de 2017, a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do Distrito Federal (Funap-DF), entidade vinculada à Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, conseguiu alocar em postos de trabalho todas as sentenciadas que aguardavam por uma vaga nos contratos da Funap.

Nos primeiros meses do ano, novos acordos foram pactuados pela Fundação com empresas públicas e privadas para promover a reintegração social dos apenados por meio do trabalho. Segundo Nery do Brasil, diretor-executivo da Funap, este foi um dos pontos que favoreceram o esvaziamento da fila de espera na PFDF. “As novas parcerias foram fundamentais para garantirmos esta oportunidade de inclusão produtiva para as internas, pois sabemos a importância que o trabalho representa para o reingresso da pessoa presa à sociedade”, afirmou o diretor.

Depois de receber a concessão do benefício do semiaberto, Marta* encontrou uma esperança de mudança ao ser classificada para trabalhar no convênio entre a Funap e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). “Este trabalho é muito importante para mim, pois meu objetivo é mudar de vida. Aqui eu aprendo muitas coisas, principalmente a ter compromisso e a pensar no meu futuro”, relatou a reeducanda que presta serviço no Viveiro da Novacap há dois meses e é uma das 90 mulheres inseridas em postos de trabalho no curso deste ano.

Assim como Marta*, mais de 200 mulheres presas, que encontram-se no cumprimento dos regimes semiaberto e aberto, exercem atividades produtivas em empresas públicas e privadas no DF por meio da Funap-DF. A Fundação mantém vigentes 76 contratos para alocação da mão de obra de homens e mulheres do sistema prisional do DF. Dentre os novos convênios, a parceria com a Novacap é responsável por postos de trabalho a 33 apenadas.  

A supervisora das reeducandas e chefe da divisão de agronomia da Novacap, Janaína Lima, relata que a chegada delas foi muito positiva para o órgão e que o fluxo de trabalho do local, desde então, é outro. “Depois que começaram a trabalhar aqui, tudo mudou, pois elas têm uma força de trabalho impressionante. Fomos nos adaptando aos poucos e hoje elas são fundamentais para nós”, conta a servidora. No espaço de 27 hectares, as reeducandas desempenham trabalhos voltados à semeadura, à manutenção de plantas, capinação e às etapas de plantio mudas e árvores.

Capacitação profissional

Para qualificar a mão de obra das pessoas presas para o seu reingresso no mercado de trabalho, a Funap oferece, em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal, cursos profissionalizantes às sentenciadas da PFDF por meio do Programa Pronatec Mulheres Mil. As aulas, que tiveram início em abril, contemplam 85 internas com cursos de assistente administrativo, recepcionista e costureira de máquina reta e overloque. 

Adesão de mais empresas

O diretor da Funap ressalta que a Funap continua buscando adesões de mais empresas às parcerias para estender as oportunidades de trabalho aos homens do semiaberto, cujo contingente de espera por vaga é maior. “A ideia é que consigamos promover este mesmo feito no Centro de Progressão Penitenciária, mas, para isso, precisamos que mais empresas abracem esta causa. Hoje temos aproximadamente 700 reeducandos esperando uma vaga e nossa meta é melhorar este cenário também”, ressalta Brasil.

Atualmente 1,2 mil pessoas, entre homens e mulheres, estão em postos de trabalho em empresas do governo de Brasília, órgãos federais, empresas privadas e do terceiro setor.