Polícia Civil aguarda necrópsia no corpo da criança para fechar investigação, que
pode apontar negligência ou culpa dos responsáveis
 Um laudo produzido pela Polícia Civil do DF concluiu que havia traços de paracetamol na mamadeira de Alice Viana de Andrade. A bebê de cinco meses morreu em 13 de julho, após passar mal na creche Baby Hotel Vovó Tânia, na QS 14 do Riacho Fundo I.

Foram ouvidas nove testemunhas, entre familiares, socorristas e funcionários do berçário. A menina foi levada ao local pelo pai às 11h. Às 15h30, começou a passar mal. A mãe da criança só foi avisada da situação quando a menina era atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante.
Alice chegou à UPA desacordada e com coloração roxa. Os médicos não conseguiram evitar a morte, apesar das tentativas de reanimação. O primeiro laudo não conseguiu apontar causa do óbito.

Segundo o delegado Zander Vieira Pacheco, da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo), o exame de necropsia foi solicitado. “Com esse resultado, vamos decidir se chamaremos novamente alguma testemunha ou ouviremos outras pessoas. Precisamos descobrir se alguém teve culpa na morte ou se foi uma situação sem culpados”, ponderou.

A advogada Fernanda Almeida, que representa a creche Baby Hotel da Vovó Tânia, afirmou não haver indícios de que a morte tenha sido causada por negligência dos funcionários. “O exame não constatou queda, nenhum tipo de violência e muito menos engasgamento, pois os órgãos digestivos não tinham nenhum resto de alimento”, assegurou.

O delegado e a advogada confirmaram que o recipiente estava na bolsa da menina, levada pelo pai, mas ainda não é possível determinar quem colocou o remédio na mamadeira.
Orientação médica
A farmacêutica Patrícia de Souza da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, afirma que a complexidade do cálculo em relação à dose do medicamento exige que o uso seja acompanhado por médicos. “É necessário pesar o bebê e saber quantos miligramas seriam administrados. A própria bula do remédio faz ressalvas para uso em crianças com menos de dois anos. É importante ressaltar também que o medicamento deve ser utilizado em gotas, jamais em comprimidos”, orientou.
Fonte: Metróples
Os pais da criança não foram localizados pela reportagem.