O inquérito investiga Delcídio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro


O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki enviou nesta quinta-feira (30) para o juiz Sergio Moro inquérito que apura o suposto pagamento de propina do esquema de corrupção da Petrobras ao ex-senador Delcidio do Amaral (ex-PT-MS).Teori atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma vez que Delcídio perdeu o foro privilegiado depois que foi cassado pelo Senado após ter virado delator na Lava Jato. O inquérito investiga Delcídio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A apuração foi motivada pela delação do lobista Fernando Soares, o Baiano, que acusou o ex-senador de receber propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Segundo Teori, como o caso tem conexão direta com a Lava Jato, deve ser analisado pela Justiça do Paraná. "Como visto, a situação fática descrita, em que se destaca a compra da refinaria no estrangeiro, guarda aparente pertinência com inquéritos e ações penais relacionadas a supostos crimes envolvendo a Petrobras", escreveu o ministro. Em sua delação, Delcídio admitiu em depoimento que recebeu propina de US$ 1 milhão decorrente da compra irregular da refinaria de Pasadena, adquirida pela Petrobras em 2006. Baiano afirmou ter pago entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão a Delcídio por meio de um suposto "amigo de infância" do parlamentar, identificado apenas Godinho. De acordo com o delator, Godinho se apresentou como amigo de Delcídio e disse que "inclusive tinham estudado juntos". Os pagamentos, sempre de acordo com Baiano, foram feitos em "cinco ou seis" visitas de Godinho, no segundo semestre de 2006 e nos dois primeiros meses de 2007, no antigo escritório de Baiano, no centro do Rio de Janeiro. O dinheiro, segundo Baiano, foi todo entregue em espécie. "Godinho provavelmente foi [ao Rio] depois das eleições, pois se recorda de ele comentar que ainda precisava pagar dívidas de campanha", disse Baiano. Delcídio foi candidato derrotado a governador de Mato Grosso do Sul em 2006. Com informações da Folhapress.