O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) obriga moradores da periferia de Mossul a se transferir para a cidade para utilizá-los como escudos humanos, frente ao avanço das forças  iraquianas que tentam recuperar o controle da cidade, denunciou nesta sexta-feira (21) a ONU.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse que verificou informações relacionadas à mudança de mais de 500 famílias de duas áreas periféricas, forçadas pelos jihadistas.
Uma vez em Mossul, os civis são colocados “perto dos escritórios do EI e dos locais onde operam para que lhes sirvam como escudos humanos”, disse a porta-voz Ravina Shamdasani.
Saiba mais: Síria: milhares podem ser usados como escudos humanos em Mossul
Ofensiva
Até 2014, antes de cair no domínio do grupo autodenominado Estado Islâmico, Mossul era a próspera capital petroleira da província de Nínive, no Iraque. Também era o centro político, econômico e cultural do noroeste do Iraque.
Agora, depois de três meses de planejamento, forças de segurança iraquianas lançaram nesta semana uma enorme ofensiva na cidade, com reforço de combatentes peshmerga (Exército curdo no Iraque), grupos tribais sunitas e milícias xiitas, todos apoiados pela coalizão internacional lideradas pelos Estados Unidos.
Mossul, com 1,5 milhão de habitantes, era uma das cidades mais diversas do Iraque, com uma população de árabes, curdos, sírios, turcos e muitas minorias religiosas.
“Mossul foi onde o EI ganhou reputação global, já que antes de tomar a cidade era apenas um grupo local”, diz Caroline Hawley, correspondente de assuntos diplomáticos da BBC.
“Então, quando tomaram Mossul com um ataque impressionante que o Exército iraquiano não foi capaz de reagir, todos começaram a ouvir falar do EI e o grupo virou uma grave ameaça que deveria ser levada a sério.”
fonte: BBC