Pesquisadores resumiram a condição país na economia globalizada em debate durante o Fórum Desenvolvimento e Economia de Baixo Carbono,o Brasil é ineficiente e pouco produtivo em relação a seus pares no cenário internacional. Sem investimentos e melhorias em inovação e tecnologia, que podem levar ao uso mais racional dos recursos naturais e fazer o país produzir mais com menos, não será possível fazer a transição para uma economia sustentável.
Assim os especialistas resumiram a condição do Brasil na economia globalizada, frente aos desafios da sustentabilidade ambiental, em debate durante o Fórum Desenvolvimento e Economia de Baixo Carbono, promovido pela Folha de S.Paulo em parceria com o Instituto Escolhas e o Insper, nesta quarta (23), em São Paulo.
"Não é possível avançar para uma economia sustentável se o país não se tornar mais produtivo", afirmou Ricardo Sennes, economista e diretor da consultoria de negócios Prospectiva.
"A demanda por bens materiais e suprimentos básicos, como alimentos e energia, aumenta sem parar. Precisamos encontrar onde estão as oportunidades nesse contexto", disse.
Para Jorge Arbache, secretário de assuntos internacionais do Ministério do Planejamento, a oportunidade pode estar no setor de serviços. O país, no entanto, não consegue traduzir conhecimento científico em inovação e tecnologia, fundamentais para a criação de plataformas digitais de serviços, a maior fonte de riqueza do século 21, segundo ele.
"O fluxo de dados no mundo todo teve crescimento explosivo em relação ao comércio de bens. É imperativo pensar em um planejamento mais avançado nesse sentido", disse Arbache.
Marcos Lisboa, presidente do Insper, diz que o sistema protecionista brasileiro resguarda empresas ineficientes. "As empresas devem sobreviver pelos seus resultados de produtividade e eficiência", disse.
De acordo com Lisboa, esse ambiente não incentiva a inovação e o empreendedorismo, causando estagnação.
Ana Toni, diretora do Instituto Clima e Sociedade, afirma que o Brasil ignora seu potencial para se desenvolver em uma economia menos agressiva para o meio ambiente, de baixo carbono. "Temos milhões de vantagens comparativas fornecidas pela natureza", disse ela.
"As escolhas no caminho para o desenvolvimento devem considerar essas vantagens", completou Toni.
Arbache, do Ministério do Planejamento, concorda. Ele acrescentou que a eficiência no uso dos recursos deve ser prioridade. "Devemos aprender a fazer mais com a mesma quantidade de insumos, e fazer muito mais com o nosso potencial a ser explorado." Com informações da Folhapress.