ATO DE AMOR NO BLOCO H DA 312 SUL

Mais de 300 pessoas estiveram hoje de manhã no Bloco H, da SQS 312, na Asa Sul de Brasília, fazendo um rolezinho infantil, recheado de crianças.
Parecia um ato romântico, meio infantil. Mas, na verdade, foi uma ação de protesto que consolida a preservação do Plano Piloto de Brasília, projeto criado pelo genial arquiteto Lúcio Costa e tombado pelo Patrimônio Histórico da Humanidade – vejam bem, da Humanidade!
O condomínio deste bloco, nas suas resoluções formais, proibia que os filhos dos moradores brincassem no playgound. Horrorizada, uma mãe reclamou no Facebook.
A sociedade de Brasília se indignou. Até mesmo porque essa prática podia se disseminar – e o projeto humanístico da cidade iria para o lixo.
Foi emocionante ver que o Condomínio do Bloco H fez autocrítica da sua posição e aceitou o rolezinho, chamado pela população de Brincalhaço, com muito amor.
Com amor, mesmo! No Bloco H, os manifestantes foram surpreendidos com faixas de Boas-Vindas.

E mais: o condomínio ofereceu, de graça, pipoca e algodão doce para meninos e meninas – inclusive para as duas crianças do bloco antes proibidas de descer com bonecas, velocípedes, pequenas bicicletas e bolas.
Brasília mostrou que é uma cidade extremamente civilizada (espero que essas cenas passem hoje no Fantástico).
Tudo de ruim que cerca a nossa cidade não envolve a nossa população, educada e solidária, que respeita as faixas de pedestre, mantém gramados verdejantes, deixa de buzinar no trânsito e mantém um nível de respeito bem razoável em relação aos seres humanos.
No meio da confusão, uma amiga me ligou dizendo que a síndica do Bloco H é gente boa. Acreditei na afirmação, agora confirmada, depois do desfecho feliz do protesto. Não há vilões nessa história!
Um outro amigo, brincalhão, chegou a prever que a Polícia dispersaria as crianças com gás de pimenta. Por alguns segundos até temi isso. Mas felizmente tivemos um momento de amor na cidade construída por JK.
Deus proteja a todos nós, que somos gente muito legal. Muito legal, mesmo, viu!
 Por :RENATO RIELLA