O Dia Internacional da Mulher mobilizou os deputados distritais, nesta quarta-feira (8), durante solenidade no Foyer do Plenário da Câmara Legislativa do DF
(CLDF), com a presença das deputadas Celina Leão, Luzia de Paula e Telma Rufino, e os deputados Claudio Abrantes e Agaciel Maia. Também participaram a defensora pública Karla Núbia, do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública, e a secretária-adjunta de Políticas das Mulheres do DF, Lúcia Bessa, a diretora do Presídio Feminino do DF, Deuselita Martins, e a representante do comando da Polícia Militar do DF, Andrea Bastos, homenageadas com moção de louvor.

Celina que está à frente da Procuradoria Especial da Mulher falou com propriedade sobre preconceito, violência doméstica e feminicídio.
“Comemoramos em março, mês da mulher, o avanço no papel de todas as mulheres que, independente do papel que desempenham na vida não perderam a esperança em dias melhores. Nos deparamos todos os dias com notícias positivas como de mulheres que foram respeitadas no decorrer da vida, mas também por outras notícias deprimentes, sobre aquelas que, ao longo da vida, foram vítimas de preconceito quanto ao gênero, submissas não por opção, maltratadas, violentadas e dilaceradas na alma”.

A parlamentar esclarece que todos os dias deveriam ser dedicados àquelas que venceram barreiras e, expandindo suas atividades, percorreram caminhos para vencer as limitações. “Como mulher, mãe, deputada e Procuradora da Mulher, aqui na Câmara, sei que a inclusão social da mulher ainda é um grande desafio para a democracia brasileira. Como parlamentar, tenho mantido meu trabalho focado na população e, em especial, na mulher, defendendo-a onde estiver: no Distrito Federal, no Brasil e em todo o mundo”, esclarece.

Para Celina, este é um tema que vem sendo discutido há décadas e já se configura em um fenômeno global, para que se mude não só o comportamento masculino em relação às mulheres, que é o de tratar a mulher como objeto. Mas também da mulher para a mulher. “Devemos nos unir para erradicar a violência, aquela que resulta no feminicídio, de forma que o ódio ao gênero feminino não encontre abrigo e seja trabalhado em casa ou na escola para formar pessoas que respeitem a mulher em sua condição”.

Quanto ao Mapa da Violência divulgado em 2015, o homicídio de mulheres no Brasil, de acordo com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais – Flacso, cresceu 21,03%, entre 2003 e 2013. “Em dez anos o número de homicídios de mulheres passou de 3.937 para 4.762, o que demonstra não apenas a violência doméstica, mas também o preconceito dos homens que consideram as mulheres como propriedade. Mas um detalhe nos assusta: 50,3% desse total foram cometidos por um familiar da vítima, enquanto que 1.583 dessas mulheres foram mortas pelo parceiro ou ex-parceiro. Isso é grave e não podemos ficar de braços cruzados anotando as estatísticas. Precisamos nos mobilizar”, convoca Celina.  E completa: “a violência contra a mulher é fruto de um preconceito mascarado”.

Em relação aos estupros coletivos seguidos pelos comentários nas redes sociais são exemplo recente deste preconceito e revelam que "não vencemos a batalha contra a violência", disse Celina que lembra que o ativismo das mulheres conquistou mudanças no Código Penal, como a Lei Maria da Penha.
Ascom da deputada Celina Leão