Sem essa de ficar em casa fazendo crochê ou de pijama numa cadeira de balanço, a nova dinâmica social traz um novo perfil de vovós e vovôs, mais ativos e produtivos. Mas não falta amor e carinho pelos netos
Neste dia 26 de julho, em que comemoramos o  Dia dos Avós, quando você for dar aquele abraço para parabenizar a sua vovó ou seu vovô esqueça aquela imagem de um casal de velhinhos de cabelos brancos, de óculos, sentados a varanda de uma casa numa cadeira de balanço. Essa, definitivamente, é uma imagem do passado. A atual dinâmica social traz hoje um novo perfil de avós, muito mais ativos e também produtivos.

Dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),   A parcela da população com 50 anos ou mais saltou de 16,7% dos indivíduos ocupados no Brasil em 2003 para 22% em 2011. Os especialistas de recursos humanos atestam: a experiência e o amadurecimento emocional dessa turma tem sido valorizada pelo mercado de trabalho.
Sônia é um exemplo. Aos 53 anos, já é vovó do Eric, de seis anos, mas não está em casa fazendo tricô. Ao contrário, é secretária executiva na Dinâmica Engenharia. Ela até poderia estar aposentada, mas nem pensa no assunto. “Eu não me vejo parada, sou muito ativa. Mesmo tendo me aposentado por tempo de serviço, pretendo continuar trabalhando por muitos anos, comecei a trabalhar aos 15 anos de idade”, conta.
Vovó Sônia, além de ser uma profissional em plena atividade, também separa tempo para si mesma. Faz pilates duas vezes por semana, e sempre reserva tempo para encontrar as amigas e se divertir. “Tomamos um chopp, vamos ao shopping, cinema, enfim. Mas procuro fazer isso sempre durante o dia, sem programas noturnos.
Mas isso não quer dizer que não seja apegada ao neto que inclusive, ela exibe orgulhosamente na própria empresa onde trabalha. “Em um grande banner produzido com as imagens dos colaboradores para celebrar o aniversário da empresa, fiz questão de ser fotografada com meu netinho”, disse.
Sônia lembra que, apesar de não se enquadrar no estereótipo da avó tradicional, isso em nada altera sua afetividade em relação a Eric. “Sempre busco uma forma de ficar mais perto do meu neto. Quase todo fim de semana estou com ele e vamos ao cinema, ao parque e também nos divertimos com esses joguinhos eletrônicos que ele gosta. Eu volto a ser criança com o Eric, por isso não abro mão dos meus fins de semana com ele”, explica.

Para a gestora de recursos humanos da Dinâmica, Luciana Lima, unir o amadurecimento dos cinquentões com a energia dos jovens profissionais traz uma mistura muito positiva para as empresas.  “A organização só tem a ganhar, pois tem de um lado a experiência somada à energia dos jovens, o que causa um equilíbrio no quadro funcional e no dia-a- dia do trabalho”, explica.
Vovó jovem
Outra vovó dos tempos modernos é a servente de obra, Maria Madalena da Conceição, que trabalha na Dinâmica Engenharia. Com apenas 48 anos, ela é avó de sete netos, e seis vivem em sua casa: Emanoel, de um ano, Weliton, de 4 anos, Gabriela, de 6 anos, Pâmela, de 10 anos, Thalita e Maicon, ambos com 12 anos.

Ela trabalha o dia todo, ainda assim  encontra energia para participar efetivamente na criação deles que são filhos de sua filha Rosana, de 31 anos, e de seu filho Hélio, de 32 anos.
“De dia, eles ficam com a Rosana, que mora comigo, mas à noite, depois do jantar e da arrumação de casa, sempre sobra um tempinho para brincar com eles, que é a melhor parte do dia”, conta.

A servente admite que é preciso disposição para comandar uma família desse tamanho, mesmo contando com a ajuda financeira do marido e do filho, mas considera que esta é a grande motivação de seu dia-a- dia, inclusive no trabalho. “O que faço é para meus filhos e netos, para trazer mais conforto para minha família”, diz com orgulho.