Nutricionista e dermatologista dão dicas para aproveitar a folia sem imprevistos.
Temporada de Carnaval e, também, de excessos. Os foliões passam várias horas em pé, curtindo as festas, na maioria das vezes, sob muito sol e calor. E por que não garantir que este momento, tão esperado, seja aproveitado da melhor maneira possível? Para que a folia seja pura diversão, vale seguir algumas dicas de saúde! Veja as orientações do dermatologista Erasmo Tokarski e do nutricionista Daniel Novais.

Pele

Para quem deseja curtir os blocos de rua, é essencial se proteger da radiação solar. “No Carnaval, as pessoas costumam passar várias horas expostas ao sol. O protetor solar é indispensável para evitar insolação e outros danos a longo prazo, como o envelhecimento precoce e o câncer de pele”, indica o dermatologista Erasmo Tokarski.

Também é importante ter precaução com as pinturas de rosto, que fazem muito sucesso nos bailes infantis. Neste caso, é fundamental usar tintas específicas para a pele. “Uma tinta guache, por exemplo, tem componentes que ressecam a pele. À medida que vai secando, ela provoca, no mínimo, uma sensação de desconforto e coceira”, descreve o especialista.

Ele recomenda fazer um teste com a tinta em uma pequena parte do braço, por exemplo, e aguardar algumas horas. Se houver alguma reação, a aplicação deve ser suspensa. Em relação à maquiagem, o ideal é que, ao menos para as crianças, ela seja hipoalergênica. Além disso, não se deve compartilhar rímel, lápis de olho e sombras. Isso pode acabar espalhando vírus e bactérias, causadoras de conjuntivite e alergias.

Outro item que merece atenção são os sprays de espuma. Caso a criança tenha alguma reação, como vermelhidão e ardência, a área atingida deve ser lavada com água corrente. Se os sintomas persistirem, procure um médico.

Alimentação

Um dos erros comuns no Carnaval é passar longos períodos sem comer, consumindo apenas bebidas alcóolicas. Depois, quando a festa acaba e bate aquela fome, as pessoas costumam recorrer a opção mais rápida e gordurosa que encontram pela frente. “Às vezes, em poucos dias, se boicota parte do esforço de meses de dieta, com bebidas e alimentos muito calóricos. A cerveja, por exemplo, é praticamente um pão líquido”, adverte o nutricionista. “Além disso, o processo de digestão do álcool utiliza muita glicose. O folião acaba ficando com bastante fome e exagera na quantidade, sem se importar com a qualidade da comida”, observa Daniel.

O profissional ainda alerta que há o risco de se passar mal devido à baixa glicemia. “Uma dica é levar na bolsa alguns alimentos de emergência. Pode ser um mix de castanhas, frutas desidratadas, barrinhas de cereal, biscoitos integrais e, até chocolate, de preferência o amargo”, orienta.

Os fãs de energéticos devem ter cautela quanto à quantidade. “Não tem problema uma pessoa saudável tomar energético, eles realmente ajudam a dar um gás extra. Mas são bebidas que aceleram os batimentos cardíacos e, em excesso, podem chegar a prejudicar um pouco o funcionamento desse órgão, provocando arritmias, por exemplo”, explica o especialista.

Ele recomenda não ir à folia de estômago vazio. “Para dar energia, é importante consumir fontes de carboidrato, como macarrão, tapioca, cuscuz, arroz. São alimentos que a gente deve ingerir com muita moderação no dia a dia, mas, nesse caso, eles são indicados. Os melhores são os de baixo índice glicêmico, que liberam a glicose lentamente no sangue, como a batata-doce. E o ideal é que estejam acompanhados de fontes de proteínas”, recomenda.
                                Sucos que dão uma energia extra
Outra dica importante é beber água entre uma latinha e outra. “Muita gente se esquece de beber água porque já está consumindo outros líquidos. Mas isso é um grande engano, o álcool desidrata o organismo. Beber água ajuda muito a reduzir os efeitos de uma possível ressaca.”

E para se recuperar da dor de cabeça e mal estar do dia seguinte, a recomendação é exatamente essa: se hidratar. A água de coco é uma grande aliada. “Suco de cranberry também é uma ótima pedida, pois auxilia no processo de desintoxicação.”