POR MILTON ATANAZIO

Essa foi sem dúvidas, segundo os analistas políticos, a eleição presidencial mais polarizada na história do País. Embalado por antipoetismo, Jair Bolsonaro chega à Presidência com missão de “dar um jeito no país”.

Dois projetos se defrontaram nas urnas, nas ruas e nas redes sociais. A vitória do candidato da extrema direita, encerra um ciclo político iniciado com o processo de redemocratização, que aposentou os governos da ditadura e formulou o pacto político e social da Constituinte de 1988.

Os  57,7 milhões de votos alcançados pelo capitão reformado (55,1% dos votos válidos) contra 47,03 milhões (44,8%) do Lulopetista Fernando Haddad, abre uma etapa de novos desafios políticos para a esquerda e redesenha o mapa da correlação de forças no país.

Bolsonaro venceu contrariando todas as previsões, no bojo de um partido nanico, sem campanha, sem tempo de TV, sem alianças partidárias representativas, com parcos recursos e uma massa de opositores que se mantém numerosa. Há pouco mais de um ano, quando iniciou a caminhada, ninguém enxergaria qualquer chance nessa candidatura.

Terminada a contagem de votos e diante da realidade, o vencedor Jair Bolsonaro já prepara o seu ministério. O que vem pela frente ainda é aguardado, mas o que foi anunciado é fato.

É difícil imaginar e nunca pensei que veria isso no Brasil: um político na Casa Civil, um general no Ministério da Defesa, um economista no Ministério da Economia, um cientista no Ministério da Ciência e Tecnologia e um juiz no Ministério da Justiça e Segurança Pública. A escalação não está completa, mas já demonstra que o padrão tem excelência de qualidade.

Antes mesmo de tomar posse e subir a rampa do planalto, no dia 1° de janeiro, empresários acenam para investimentos, como a Havan, Toyota e empresas de Israel, Singapura e Suíça. Sem falar no índice Ibovespa subindo e o dólar caindo, em um claro sinal de bons ventos para a economia nacional.

Nesse domingo (04) em seu twitter, Bolsonaro postou “Para colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade é preciso compreender que todos estamos no mesmo barco e que trabalhar para prejudica-lo é prejudicar a si próprio. Se cada um levar consigo estes valores, certamente chegaremos em posição de destaque no mundo. Conto com vocês”, disparou.

O momento agora é de baixar a guarda e remover os rancores da disputa eleitoral. O desafio imediato de Bolsonaro é pacificar o país, tendo a missão de governar para todo o Brasil e não apenas para quem votou nele.

Precisará de sabedoria e coragem para tomar as decisões acertadas e executar o firme propósito de mudar a política brasileira. Necessitará abrir diálogos com o Congresso Nacional e o poder judiciário, sendo o presidente de todos os brasileiros. É o que esperamos dele!

* Milton Atanazio é jornalista, comunicador, árbitro judicial, consultor diplomático, cônsul honorário da Bielorrússia, editor da Revista VOX e Publisher da BrazilianNEWS – www.foconapolitica.com