Artigo: Élton Skartazini

A despeito de qualquer suspeita acredito que milagres acontecem quando as coisas têm que acontecer! O que ocorreu ontem na cidade cenográfica instalada no Centro Urbano de Samambaia não tem precedente. 
Quem me conhece sabe que não sou um homem de pouca fé, mas até começar a apresentação da 21ª Paixão do Cristo Negro eu duvidava que ela fosse acontecer pela quantidade de chuva e lama a céu fechado.

Contudo, foi só começar o espetáculo e o tempo parou no espaço! Então começou a emanar do chão um brilho e vibração nunca antes visto na Paixão do Cristo Negro e, quiçá, em Samambaia/DF. As cenas foram se desenvolvendo com uma poética e plasticidade expressionista, romântica, comovedora de nos levar às lágrimas pela beleza e emoção! Dirão que exagero para puxar pães e sardinhas à nossa cidade...

Mas juro que não! Perguntem às mais ou menos 250 pessoas que trabalharam no espetáculo e às aproximadamente mil pessoas que assistiram se elas também sentiram a fundo essa arte que arde e verdade que liberta, ou se nada passou de fachada! Cena de fachada eu constatei só no momento inevitável de agradecer o apoio de políticos... Mas até nisso me parece que transpareceu a verdade que liberta sem deixar dúvidas!
Enfim, quando tudo parecia que estava por um fio o milagre aconteceu como tinha que ser. Está de parabéns a equipe toda que se molhou e embarrou a vontade, e a comunidade que não arredou o pé mesmo com a chuva na cabeça. Está de parabéns o Instituto Brasil Vivo e a associação Imaginário Cultural, nas pessoas do Gilberto e da Marília, guerreir@s aguerrid@s. Gratidão ao Fundo de Apoio à Cultura/DF, que resiste.