Sistema de venda de imóveis fracionados começa a se popularizar no Brasil e promete movimentar mais de R$ 2,3 bilhões este ano. Modalidade chega a Pirenópolis
Um dos grandes sonhos de consumo da classe média brasileira sempre foi ter uma segunda residência destinada ao lazer - um lugar para descansar e levar a família para longe da rotina do dia a dia, como um sítio, um rancho, uma casa de veraneio ou um apartamento na praia. Porém, de acordo com especialistas do mercado imobiliário, a curva desse tipo de investimento dura em média entre 12 e 15 anos. Nos primeiros anos há a fase do “deslumbramento”, seguida do momento de “obrigação de ir”, depois a fase “vou as vezes”, e , finalmente, a fase “preciso vender”! Sendo assim, para muitos, a experiência da segunda residência pode se resumir em duas alegrias: a de comprar e depois a de vender. 

Uma alternativa que vem ganhando força no Brasil para que as famílias consigam realizar esse sonho  é fração imobiliária, que também é conhecida como imóvel fracionado ou ainda imóvel de multipropriedade. O sistema já é consolidado na Europa, EUA e Caribe. Trata-se da propriedade fracionada, onde um mesmo imóvel é comercializado para vários proprietários, que dividem o tempo de uso individualmente. Cada titular poderá registrar a sua escritura.
Esse é o sistema que está sendo aplicado em Pirenópolis, Goiás, com a abertura da sala de vendas do Quinta Santa Bárbara Eco Resort. Cada apartamento será vendido a 12 ou 24 proprietários, que dividirão o tempo de uso - quatro ou duas semanas ao ano.  O maior benefício é que o proprietário aplica racionalmente seus recursos naquilo que poderá realmente usufruir.
De acordo com Josemar Borges Jordão, diretor da B3 Incorporadora, que participa do grupo empreendedor do Quinta Santa Bárbara Eco Resort, um dos grandes benefícios é a concretização do sonho de se ter uma residência de férias para a família, sem ter o ônus de investir muito num imóvel que passará grande parte do ano ocioso. “Além dos benefícios para toda cadeia produtiva, “quando a pessoa compra uma segunda residência investe e gera 100% de despesa para usar apenas 10% do seu tempo disponível. Já com o sistema de propriedade fracionada investe 10% e usufrui 100% do tempo disponível, e o que não utilizar pode ser disponibilizado ao pool hoteleiro”.

Nesse sistema, ganha toda a cadeia econômica turística, com a geração de emprego e renda para o taxista, a padaria, a loja de artesanato, a lavanderia, em suma, para o comércio local como um todo. Tudo isso proporciona mais impostos para a cidade.

“Hoje são pouquíssimas as famílias que têm condições de usufruir mais do que quatro semanas de férias. Por isso essa modalidade de venda de imóveis tem crescido no Brasil”, afirma Adriana Chaud, diretora comercial da New Time, empresa especializada na venda de imóveis para lazer por meio do sistema de fração Imobiliária e responsável pela comercialização do empreendimento. 
Benefícios para a cidade
O sistema de venda por fração imobiliária também trará benefícios econômicos para a cidade, uma vez que estimulará a ocupação de meio de semana. Isto porque cada proprietário poderá usufruir de suas semanas inteiras ou cedê-las ao pool hoteleiro. A tendência é que as pessoas se organizem para passar até sete dias na cidade. “Isso é positivo para Pirenópolis porque poderá trazer um fluxo contínuo de visitantes nos dias de meio de semana, não somente aos sábados, domingos e feriados”, diz Josemar. Além disso, o sistema de multipropriedade traz mais benefícios para o meio ambiente, uma vez que uma mesma estrutura é utilizada por mais pessoas - em tempo distinto. 
Intercâmbio de férias

Outra vantagem do sistema de fração imobiliária, segundo Adriana Cahud, é que a grande maioria dos empreendimentos comercializados por esse sistema (mais de 90%) é associada a grandes empresas de intercâmbio de férias, como a RCI e a Interval. “Isso garante que o proprietário desse imóvel fracionado tenha a sua disposição milhares de opções de hospedagem em destinos por todo o Brasil e no mundo”, explica a executiva.
No caso do Quinta Santa Bárbara Eco Resort, o empreendimento será associado à RCI - empresa líder mundial em intercâmbio de férias e que integra o grupo  Wyndham Worldwide, uma das maiores empresas do mundo na indústria de hospitalidade. Com isso, irá atrair  turistas de outras regiões do País e hóspedes internacionais.

Na prática, a RCI funcionará da seguinte forma: os proprietários de frações no Quinta Santa Bárbara Eco Resort poderão trocar suas semanas no empreendimento por hospedagens em hotéis e resortscredenciados à RCI no Brasil e no mundo. 
Em contrapartida, o empreendimento de Pirenópolis passará a ser um destino disponibilizado pela RCI para seus mais de 3,8 milhões de associados espalhados em diferentes países. O benefício para a cidade é que atrairá turistas de outras regiões para a cidade cujo turismo ainda é regional. Atualmente, durantes todos os meses do ano, Pirenópolis recebe cerca de 20 mil turistas mensalmente. Segundo pesquisa realizada pela Goiás Turismo, em 2014, a maioria dos visitantes (56%) reside em Brasília, que fica a 150 quilômetros da cidade histórica, seguidos por visitantes de Goiânia (23%) e Anápolis (7%).
Fração imobiliária pelo mundo

Apesar de ainda ser um conceito relativamente novo aqui no Brasil, o mercado de imóveis fracionados no país movimentou, só no ano passado, R$ 1,4 bilhões em negócios, segundo dados da Caio Calfat Real State Consulting. Para 2016, a previsão é de que esse volume de negócios ultrapasse os R$ 2,3 bilhões, ou seja, 60% a mais do que em 2015. Ainda segundo a consultoria, atualmente são mais de 30 empreendimentos desse tipo em construção ou em obras no Brasil.
O sistema de fração imobiliária surgiu nos anos 80, na França, com o objetivo de disponibilizar a estrutura de uma casa ou apartamento a quem não tinha o interesse de usufruir desse imóvel por muito tempo, ou seja, seria um uso de forma sazonal por vários proprietários diferentes. Esse conceito de multi-propriedade também foi adotado nos Estados Unidos nos anos 90 e se estendeu a outros bens de luxo como aviões e iates. 

“No Brasil essa tendência de comercialização de imóveis de alto padrão por meio do sistema de fração mobiliária vem ocorrendo com mais intensidade desde 2009, especialmente em importantes polos turísticos do país como Costa do Sauípe (BA), Região das Águas Quentes de Goiás, e no Sul do Brasil”, afirma Adriana Chaud, diretora comercial da New Time, empresa especializada na venda fracionada de imóveis para lazer.
Sobre o Quinta Santa Bárbara Eco Resort
Com uma proposta de valorização do conjunto arquitetônico da cidade, respeito ao meio ambiente e interação com a natureza, o Quinta Santa Bárbara Eco Resort será construído em terreno de 60 mil m², ao lado da Igreja do Bonfim. Será ocupado com construção em apenas 10% de sua  área total, sendo que restarão 72% de área permeável, com 30 mil m² de vegetação, incluindo área de preservação permanente (APP). As edificações terão altura máxima de 8,5m² em até dois pavimentos, num total de 192 apartamentos de um ou dois quartos.  A arquitetura será em estilo colonial e contará com elementos contemporâneos. Trabalhos de artesãos locais serão utilizados para na montagem do empreendimento na decoração de ambientes de áreas comuns e interior dos apartamentos.
O projeto, que promete trazer desenvolvimento econômico e social para o município em total harmonia e respeito com as riquezas naturais e valores culturais de Pirenópolis, foi desenvolvido pela Brasília Studios Associados (BSA) e está aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  (Iphan) e em total acordo com a legislação urbana da cidade. É uma realização das empresas B3 Incorporadora e Construtora, Quintas Empreendimentos Turísticos LTDA, JVG Investimentos, Procen Engenharia e New Time Administração e Marketing. O grupo empreendedor acumula mais de 30 anos de experiência em empreendimentos de lazer, incorporação e obras de infraestrutura.