Declaração foi feita durante audiência pública na Câmara dos Deputados. 

Ministério admitiu ter errado na falta de diálogo com empregados
 Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (25) na Câmara dos Deputados, o governo federal mostrou recuo sobre a extinção da Valec, empresa responsável pela implantação e operação das ferrovias no Brasil. Marcos Kleber Ribeiro Félix, assessor especial do ministro da Infraestrutura, substituiu o ministro Tarcísio Gomes na sessão e negou que a pasta promove estudos para para liquidar a estatal. “Queremos fazer reestruturações, mas não há estudos para extinguir a companhia [Valec]. Precisaremos de cada empregado para realizar esse desafio”, afirmou o representante do Ministério da Infraestrutura.

Na audiência, movida pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF), Félix chegou a se desculpar, em nome do ministério, com os empregados da Valec que estavam no auditório. “Peço desculpas sobre o mal entendido. Nós erramos no sentido de não ter um diálogo mais direto”, admitiu.

O presidente da Associação dos Empregados Públicos da Valec (Aepvalec) e líder do movimento Juntos Pelas Ferrovias,, Luiz Gonzaga Conguê explicou na audiência sobre a importância do trabalho dos técnico da estatal . "A Valec implanta ferrovias e faz todo o processo para que elas sejam entregues. Desde 2012 instauramos políticas de governança na empresa", explicou.

Perguntado pela deputada Erika Kokay se realmente há a intenção de extinguir a Valec, o representante do ministério afirmou que a pasta planeja atuar em três eixos principais. O primeiro seria a renovação antecipada das concessionárias atuais para fazer novos investimentos ferroviários. O segundo, seria a aprovação de um novo marco ferroviário. “Existe um projeto de lei tramitando no Senado que cria o Instituto da Ferrovia Autorizada, que é uma forma de exploração ferroviária como atividade econômica e não como serviço público. Havendo a aprovação vamos precisar muito dos servidores que atuam no setor ferroviário para aumentarmos nossa estrutura”, informou. O terceiro ponto, segundo ele, é retomar os investimentos próprios no setor. “Entendemos que existem competências pro Estado de ordem estratégica que nunca serão atingidas pelo mercado”, afirmou.