Situação agrava abordagens “tensas” aos servidores da assistência social.

A distribuição de cestas básicas pelo serviço público de assistência social do Distrito Federal está suspensa desde o início deste mês. O estoque de cestas emergenciais voltadas aos usuários cadastrados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) está zerado. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), o quadro “agrava o cenário de crise pelo qual passa a assistência social no DF”. 

No último dia 28, a Sedes abriu um processo de dispensa de licitação em caráter emergencial - publicado pelo site da secretaria - para que empresas interessadas em fornecer cestas básicas ao governo apresentassem propostas à pasta para que a distribuição seja restabelecida. Porém, apesar do caráter emergencial que anuncia o processo,  o prazo estimado para que a distribuição seja restabelecida é de 60 dias a partir da data de abertura, avalia o sindicato.

Além dos danos evidentes causados à população assistida pela distribuição dos alimentos, a falta das cestas prejudica também a segurança dos servidores da assistência social nas suas rotinas de trabalho, avalia o Sindsasc. 

“A falta das cestas faz com que a população necessitada retorne aos Cras [Centro de Referência em Assistência Social] e Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social],a esses locais irritadas, com a tendência abordagens tensas com os servidores que os atendem”, explica o presidente da entidade, Clayton Avelar.
Longas filas causadas pela falta de servidores e de estrutura física para atender ao público, agressões aos trabalhadores da unidades de atendimento e tumultos são situações recorrentes para os trabalhadores da assistência social do GDF. Em outubro de 2018, um caso de violência foi registrado no Cras de Santa Maria, quando um homem atirou um banco de madeira  contra um dos seguranças do local.

A falta de estrutura para a promoção das políticas de assistência social  prejudica o trabalho de servidores que atuam no cadastro, acolhimento, atendimento e apoio a essas pessoas e são de fundamental importância para as políticas públicas de direitos humanos atendidas pelo governo do DF, de acordo com Avelar. “Nos últimos anos temos vivenciado uma série de ataques que dificultam o trabalho da assistência social, por meio do sucateamento dos serviços e pela precarização das condições de trabalho, com o nítido e intencional propósito de terceirização”, constata.