IMPERDÍVEL! Um ótimo registro da História, e quem a conhece vai fazendo os links e entrando nas digressões. 

Sombrio e em preto e branco, tal como o seu conteúdo, o filme mostra a importância do jornalismo e como ele pode interferir na História da Humanidade. 

Quinze anos depois da Revolução Russa, em que o comunismo havia sido implantado na União Soviética, o regime continuou matando a população pobre, seguindo o traço ideológico de Stalin,  onde: 

  “se não há homens no cenário, não há fome”

(matar o pobre para acabar com a fome). 

O roteiro conta a abnegação de um britânico que precisa fazer um artigo sobre a maneira em que a população pobre estava vivendo, em 1933,  nos países da União Soviética, principalmente na Ucrânia, onde sua mãe nascera. 

O filme retrata, de forma brutal,  a miséria e a degradação daquele povo sob o regime comunista, contrastando-as com a opulência da cúpula do partido. 

A ideologia assassina e retrógrada (que ainda persiste no mundo por falta de informação e esclarecimento), desde seus primórdios,  sempre corrompeu a mídia para seu próprio favorecimento. 

Interessante constatar no filme, a grande responsabilidade da imprensa   naquele período. 

O correspondente do The New York Times em Moscou, um jornalista americano vencedor do Prêmio Pulitzer, que se vendeu e deixou  corromper para conviver na elite do governo comunista, com regalos e regalias, enviava notícias falsas para os EUA, mentindo que o regime estava “dando certo e o povo estava feliz” na União Soviética, o que fez com que  o Presidente Roosevelt reconhecesse  a URSS. 

Depois de colher dados e informações verídicas com muito sofrimento para sobreviver, o britânico consegue chegar à América para contar  a verdade aos editores de jornais e fazer com que a imprensa americana voltasse  sua atenção ao Governo de Stalin. 

Aquela  mesma “esquerda socialista” que mata a população propositalmente e que começou na URSS, em 1918, ainda enriquece sua cúpula, degenera e tira a dignidade dos povos, até hoje. Guardando as proporções, foi o que a social democracia fez na América Latina (na Ucrânia comiam cadáveres, na Venezuela cachorro e gato). 

Outro lance interessante que o filme mostra é a forma como a esquerda confunde modernidade com sacanagem.  Acha que ser moderno é perder o pudor, a vergonha e o respeito a si mesmo e ao próximo. 

Algo que ainda prevalece nos costumes esquerdistas é comprar  jornalistas nacionais, de preferência premiados,  para servir à causa, insinuando fake news  e lhes oferecendo mesadas e facilidades. 

Os ‘jornalistas correspondentes estrangeiros’ enviados aos países socialistas, normalmente,  são de tendência marxista e fáceis de se corromperem para que só noticiem o que convém aos regimes e o fazem sem remorsos, pois vale tudo pela vil “causa”. 

De quebra, o filme ainda  faz alusão ao Eric Blair, chamado de George Orwell,  e ao seu livro Revolução dos bichos; o escritor, para se preservar, escondia-se atrás de pseudônimo e metáforas literárias e assim também registrou fatos sem ser assassinado. 

O filme é pesado e revela o sofrimento de quem viveu naquele regime nazista/comunista. Mas vale como ilustração de uma boa aula, seja de história, antropologia ou comunicação social. 

(Luciano Lima)